
Horta de Varanda
07-04-2014 12:26Comecei recentemente algo que já ansiava à bastante: uma horta de varanda.
Sempre gostei de plantas e crescia rodeada de todo o tipo de espécies, muito graças ao meu pai e à minha avó, que são bichos de terra.
Contudo, só agora tive verdadeiramente oportunidade de começar algo só meu, à minha responsabilidade e gosto, porque tenho este cantinho virado a sol que me tem alegrado os dias. Não me lembrei de ter uma horta na varanda por motivos económicos (acho muito útil e cómodo ter salsa à mão, quando vou fazer esparguete ou pataniscas, e não me lembrei de comprar, mas não é nisto que poupo...mesmo porque para ter salsa, gastei em terra e vasos também), ou de moda. Faço isto porque me alivia os dias, oferece-me beleza gratuita sempre que chego a casa, e sinto que mexer na terra e sentir o aroma dos vasos é um prazer diário.
Mas ter as plantas à minha responsabilidade e gosto é igualmente desafio, sobretudo no que respeita à minha capacidade de manter outro ser vivo por cá, e de saber quando é melhor regar, qual a quantidade de água, que tipo de exposição solar querem, onde se dão melhor...cuidar de uma planta pode ser tão desafiante como cuidar de uma animal; existem tacitamente subjacentes uma série de exigências. As plantas podem não falar, mas do mês que tenho de experiência, pelos vistos têm diferentes gostos pela terra, precisam de um petisco de adubo com regularidade, e têm personalidades incrivelmente susceptíveis: feitios melindrosos, vontades concretas mas silenciosas (como muitas mulheres...), interesses vincados, e anseios que se tornam malignos para a própria saúde e para a minha capacidade de perseverança, se não forem satisfeitos.
As plantas são umas mais confusas que outras, e com diferentes graus de amabilidade para comigo.
Mas eu hei-de conseguir desvendar os mistérios das suas vivências :)
Aventurei-me então pelas ervas aromáticas; tenho cebolinho, alecrim, tomilho-limão, manjericão (que tem um feitio sensível, quase débil de tão frágil...basta tocar nas folhas para quebrarem e apresentarem hematomas dignos de um jogo de futebol americano, ou sentirem frio ou excesso de água para desmaiarem durante dias, e desafiarem a minha paciência), salsa (que está a ser outra dor de cabeça porque se quer sombra e água é o que tem tido, e não se satisfaz), hortelã (uma "praga" como diz o meu pai; uma "praga" que é adorável porque pega de estaca em qualquer lado, não é dada a chiliques inusitados por causa do tempo ou da sede, e ainda me perfuma agradávelmente os dias), e alfazema (que é agora está doente por falta de sol...e eu não posso fazer nada,a não ser esperar com ela pela vinda dele).
Tenho ainda morangueiros por floreiras e um "morangueiro em tubo" saído da imaginação do meu pai, e (o motivo de escárnio por parte dos entendidos em lavoura), pimentos padron e courgettes. O problema, é que pelos vistos as courgettes precisam de muita terra...e eu não tenho um jardim (apesar de achar que sim), apenas uma floreira gigante. Contudo estou optimista; se há pessoas que plantam abóboras em vasos, de certerza que a courgette vingará! :)
Faltam só os tomates e alfaces que estão ainda em sementeiras, mas espero poder contar com eles brevemente, e ainda mirtilos e framboesas que queria comprar...( são caros, e para já tenho apenas dedicado atenção contida e observação admirada).
Dentro de casa a saga continua, e tenho cactos espalhados por todo o lado (os cactos são impressionantes, não querem muita atenção sobre eles -no fundo como os adolescentes- e crescem sem darmos por isso, o que para mim é bom, uma vez que as sacanas das aromáticas me levam a atenção, cuidados e afectos quase por inteiro).
Vou actualizando as notícias sobre a horta de varanda, se plantas ainda as houver :)
Aqui ficam fotografias da principal floreira com as aormáticas e as courgettes (!), e do morangueiro.
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